03/04/2008

8 - Av da Republica

Tudo começou após o ultimato do governo britânico - entregue a 11 de Janeiro de 1890 por um "Memorando" - a Portugal, para a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola.
A impossibilidade de resistência leva à imediata queda do governo, e ao desenvolvimento um profundo movimento de descontentamento social, implicando directamente a família reinante, vista como demasiado próxima dos interesses britânicos, na decadência nacional patente no ultimato.
Por esta altura também os ânimos estavam ao rubro na sequência da ditadura administrativa implantada por João Franco, então presidente do Governo, com o apoio do rei.
Estes clima de tensão que perturba a política portuguesa que dará lugar a uma cadeia de acontecimentos que desemboca no fim da monarquia constitucional e no reforço na consciência colectiva portuguesa do apego ao império colonial, que depois teve pesadas consequências ao longo do século XX.
A 1 de Fevereiro de 1908, na viagem de regresso de Vila Viçosa, em pleno Terreiro do Paço, Manuel Buíça, professor primário expulso do Exército e Alfredo Costa, empregado do comércio e editor, apontam armas certeiras a D. Carlos e a D. Luís Filipe príncipe herdeiro, os quais tem morte imediata, assim como os dois regicidas.
Quatro autores estão na base principal sobre os factos que se apuraram: Raul Brandão, António de Albuquerque, Aquilino Ribeiro e José Maria Nunes.
O regícidio é geralmente considerado como o fim efectivo do regime monárquico constitucional, sendo o golpe de 5 de Outubro de 1910 apenas a sua confirmação, a revolta republicana que já se avizinhava no contexto da instabilidade política
Activo na política portuguesa desde 1878, Teófilo Braga, torna-se o primeiro Presidente da Republica Portuguesa a que se seguirão mais oito nomes, durante a vigência da chamada “Primeira Republica” que vai de 1910 a 1926.

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