03/04/2008

10 - Calçada Luis de Freitas Branco

Luís de Freitas Branco, nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1890, na Trav. do Convento de Jesus nº. 16, filho de um alto funcionário da corte de D. Carlos. (o pai de Luís de Freitas Branco, seguia com o séquito do rei no dia em que foi assassinado).
Aprendeu violino muito cedo e com 14 anos já compõe canções que atingem grande popularidade, colabora no Diário ilustrado com uma rubrica de crítica musical.
Vai para Berlim com o tio João de Freitas Branco, em 1910 estudar composição e história da música, mas está em Lisboa no dia 5 de Outubro. (29 anos mais tarde recordará, no Diário, que às oito e meia da manhã ouviu gritos de "Viva a República, Viva a Liberdad”)
Em 1911 vai a Paris em 1911 onde entra em contacto com Debussy. Regressado a Portugal é nomeado Professor do Conservatório de Lisboa, passando depois a subdirector, funções que exerce de 1919 a 1924.
Se o seu espírito crítico cedo o fez reconhecer os defeitos da monarquia, a Primeira República trouxe-lhe alguns desgostos o que o leva à oposição. Quando o Movimento de 28 de Maio de 1926 instaura em Portugal uma ditadura, afasta-se rapidamente do regime e começa uma aproximação aos ideais socialistas e a António Sérgio, que muito admirava.
Funda o Integralismo Lusitano (agrupamento sócio/politico activo e influente na oposição ao Estado Novo de Oliveira Salazar)
A sua amizade com Bento de Jesus Caraça, leva-o a apoiar militantes comunistas e a própria acção do PCP, na clandestinidade.
Em 1940 é movido a Luís de Freitas Branco, um processo disciplinar, por parte do Conservatório Nacional, por, alegadamente se ter referido de forma irreverente à passagem bíblica sobre a anunciação, aconselhando as alunas a escolher melhor marido que S. José. O resultado foi o seu afastamento daquela unidade escolar.
Com um grupo de discípulos mantém tertúlias e na então Emissora Nacional realiza uma série de palestras.
Em 1950, Termina a música para o filme Frei Luís de Sousa, realizado por António Lopes Ribeiro.
No dia 12 de Janeiro de 1955, sofre um grave colapso cardíaco. Compreendendo o que fatalmente vai acontecer, diz a amigos que já por duas vezes teve a sensação da morte e que de ambas foi uma sensação de alívio.
Morre na madrugada do dia 27, na Rua do Século nº 79.

2 comentários:

Pibideco disse...

OH Suzete, descobri enuanto fazia umas pesquisas de família o seu excelenete blog sobre o (meu tio) Luis de Freitas Branco... só queria fazer um reparo, a razão pq ele foi despedido foi por alegadamente, e como funcionário público, ter usado gravata vermelha no dia do falecimento do Marechal Carmona... ora ele apenas usou a gravata de todos os dias, considerando que o presidente não era nada a ele e portanto não tinha motivo para mudar de gravata, que aliás não era vermelha, mas uam espécie de xadrez... posso recomendar o livro recente da Isabel de Avila (minha irmã) D. Stella e Suas Rivais (Quidnovi) que é um romance baseado na vida do maestro com a minha Tia Estela...

Anónimo disse...

Século XIX?